UNIDADE DE ENSINO
Creja - Centro Municipal de Referência de Educação de Jovens E Adultos - CREJA
Rua da Conceição 74/76-a - Centro
UNIDADE ESCOLAR VOCACIONADA
Unidade não vocacionada
AUTOR(ES)
Aline Paixão Miranda Carvalho; Fátima Filgueiras Rocha Correia
ALINE PAIXÃO é professora de Ciências da rede municipal do Rio de Janeiro desde 2010 e há 4 anos leciona na EJA. É licenciada em Ciências Físicas e Biológicas pela UERJ, possui Mestrado em Ciência, Tecnologia e Educação pelo CEFET/RJ e atualmente é doutoranda na mesma Instituição. Suas áreas de pesquisa são: currículo crítico no ensino de ciências e gênero/mulheres no ensino de ciências.
FATIMA CORREIA é professora de Língua Inglesa da rede municipal do Rio de Janeiro desde 1999, há dez anos na EJA, há 2 anos, no CREJA. Possui formação na área de Letras (Inglês) pela UERJ, Pós-Graduação em Educação em Turismo e Especialização pelo PDPI - Programa de Desenvolvimento Profissional para Professores de Língua Inglesa pela Universidade de Ohio (EUA).
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR
PI Ciências e PI Inglês
EJA/Bloco
EJA I Bloco 1 , EJA I Bloco 2 , EJA II Bloco 1 e EJA II Bloco 2
COMPONENTE CURRICULAR
CIÊNCIAS / Definir a amplitude da sexualidade humana, reconhecendo como a sexualidade orienta aspectos do corpo físico, das condições socioemocionais e do planejamento familiar das pessoas.
CIÊNCIAS / Definir como o corpo humano percebe e interage com o mundo ao seu redor.
CIÊNCIAS / Perceber-se enquanto parte integrante do ambiente, afetando e sendo afetado por ele.
HISTÓRIA/GEOGRAFIA / Analisar a dinâmica dos movimentos socioculturais presentes na cidade do Rio de Janeiro.
HISTÓRIA/GEOGRAFIA / Compreender como relações de poder e dominação são construídas socialmente, indicando um determinado modelo de desenvolvimento socioespacial.
LÍNGUA PORTUGUESA / Desenvolver a leitura de diferentes gêneros discursivos, fazendo uso das estratégias de seleção, antecipação, verificação e inferência.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Março/2023 até Março/2023
Problematização
Após a sensibilização, diversos questionamentos foram levantados pelas estudantes, como: Por que as mulheres sempre aceitaram esse destino caladas? Por que as mulheres mais pobres e pretas são as que mais sofrem violência? Todas essas violências estão ligadas ao corpo feminino?.
Texto base
O texto base apresentado foi utilizado como um despertar da consciência feminista, pois nele foi contada a história das mulheres e como a opressão em cima desses corpos femininos foi iniciada
Desenvolvimento
Nosso trabalho iniciou com uma aula aberta a todos e todas as estudantes do CREJA sobre a origem do 8 M e a luta das mulheres até os dias atuais. A partir dessa atividade surgiram vários questionamentos que impulsionaram as outras atividades que ocorreram durante a semana. As atividades desenvolvidas foram: 1. A confecção de um mural com todo os tipos de violência contra as mulheres, como denunciar e onde essas mulheres podem ser acolhidas quando em situação de violência. Nesse mural buscamos deixar claro que as mulheres têm saída e que podem contar com a escola. 2. Atividade "Como reconhecer um macho". Nessa atividade os alunos, junto a professora de língua Inglesa, foram convidados a refletirem sobre situações e episódios cotidianos de machismo entranhados na sociedade, correlacionando com palavras em Inglês como, por exemplo, "mansplaining". Foram utilizados pequenos vídeos para problematizar as situações. 3. A partir da história de vida e luta de Aretha Franklin, os (as) estudantes foram convidados a pensar e pesquisar sobre outras mulheres influentes na sociedade e que se indignavam com a situação das mulheres no mundo. A música "Respect" da cantora foi utilizada como sensibilização nessa atividade. Os (as) estudantes também puderam utilizar a sala de informática para pesquisar. 4. Uma roda de conversa foi realizada com a advogada Drª Mariah Castro Neves, membra do Instituto Brasileiro de Direito da Família, com as estudantes da escola sobre a Lei Maria da Penha e os encaminhamentos jurídicos necessários relacionados ao divórcio, a pensão alimentícia e aos diversos tipos de violência. Nessa roda, somente as mulheres participaram para que fosse possível a escuta mais sensível da realidade vivenciada por elas.
Produto Final
1. A confecção de um mural com todo os tipos de violência contra as mulheres, como denunciar e onde essas mulheres podem ser acolhidas quando em situação de violência. Nesse mural buscamos deixar claro que as mulheres têm saída e que podem contar com a escola. 2. Atividade "Como reconhecer um macho". Nessa atividade os alunos, junto a professora de língua Inglesa, foram convidados a refletirem sobre situações e episódios cotidianos de machismo entranhados na sociedade, correlacionando com palavras em Inglês como, por exemplo, "mansplaining". Foram utilizados pequenos vídeos para problematizar as situações. 3. A partir da história de vida e luta de Aretha Franklin, os (as) estudantes foram convidados a pensarem e pesquisarem sobre outras mulheres influentes na sociedade e que se indignavam com a situação das mulheres no mundo.
4. Uma roda de conversa foi realizada com a advogada Drª Mariah Castro Neves, membra do Instituto Brasileiro de Direito da Família, com as estudantes da escola sobre a Lei Maria da Penha e os encaminhamentos jurídicos necessários relacionados ao divórcio, a pensão alimentícia e aos diversos tipos de violência.
Objetivos das Orientações Curriculares da EJA
Reconhecer a saúde individual e coletiva em suas dimensões física, mental e social, com um bem e direito do cidadão.
*Analisar o papel social que os sujeitos históricos desempham nas relações de tabalho.
*Compreender como as relações de poder e dominação são construídas socialmente.
*Estabelecer as diferenças, conexões e diálogos entre o conhecimento científico e o popular
Sensibilização/Contextualização para o tema
Entendemos o fato de que somente nascer mulher já nos conduz historicamente a um lugar de submissão, a ideia desse trabalho surge principalmente para problematizar esse lugar que não queremos e não devemos estar.
A educação de jovens e adultos apresenta em sua história uma relação íntima com sujeitos sociais invisibilizados. As experiências desses sujeitos apontam para uma educação onde o diálogo e a reflexão sobre a condição de sua existência sejam um motor de propulsão para a conscientização das opressões que sofrem (FREIRE,1987; ARROYO, 2014). Por isso, as mulheres relegadas em sua história a sujeitos passivos (LERNER, 2019) devem encontrar nos bancos escolares da educação de jovens e adultos uma tentativa de reconstrução de suas histórias, tornando esse coletivo pertencente a classe feminina uma resistência a práticas machistas, sexistas e patriarcais que ainda existem na sociedade, inclusive o ciclo de violências nas quais todas estão inseridas.