Nzinga, também conhecida por Jinga ou Ginga, foi rainha dos reinos de Ndongo e de Matamba, situados na região atual de Angola, no século XVII.
Nascida em 1582, governou essas localidades por um período de aproximadamente 40 anos – depois de seu pai, Mbande a Ngola, e de seu irmão, Ngola Mbande.
Nesse período, liderou a guerra contra o avanço da colonização portuguesa em seus reinos.
Hábil e carismática, Nzinga comandou grupos de guerreiros e se destacou como grande negociadora, diplomata e estrategista, usando táticas de guerra e de espionagem.
Nzinga morreu em 1663 e tornou-se um símbolo de força e de resistência cultural – o que persiste até hoje.
Ela é considerada uma heroína nacional em Angola.
Na segunda metade do século XX, tornou-se um símbolo anti-imperialista, servindo de inspiração na luta pela independência do país.
Ela dá nome a ruas a escolas do país e seu rosto está estampado na moeda de 20 kwanzas.
No Brasil, o nome de Nzinga (Ginga) é constantemente invocado em rodas de capoeira, em maracatus e em congadas.
Sua imagem foi preservada e transmitida nas irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de diferentes partes do país.
No Rio Grande do Sul, desde o fim do século XIX, rainhas Gingas são anualmente coroadas – ao lado dos reis Congo – nas congadas do Maçambique de Osório, manifestação cultural e religiosa tradicional no estado, durante festa em louvor à Nossa Senhora do Rosário.
No mundo do samba, Clementina de Jesus foi apelidada de Rainha Ginga (Nzinga), por sua importância e grandeza.
A História da África – conteúdo previsto na Lei N.º 11.645/2008 – é repleta de mulheres que tiveram grande importância e, até hoje, são símbolos de resistência e consideradas heroínas nacionais nas regiões onde viveram.
Diversas histórias são fruto da tradição oral e muitas informações não são unanimidade entre pesquisadores e historiadores. Além disso, há distorções na história contada por colonizadores europeus, especialmente no que se refere a mulheres que tiveram papel de destaque na resistência ao avanço do imperialismo.
Fontes:
Projeto Biografias de mulheres africanas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Site Rainhas Trágicas, do historiador Renato Drummond Tapioca Neto.
Site Ensinar História, de Joelza Ester Domingues.