Nesta segunda-feira (10), teve início a VI Semana de Alfabetização, com o tema Identidades, saberes e fazeres docentes em Alfabetização. Organizada pela Gerência de Alfabetização da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro – SME-Rio, a iniciativa inclui atividades culturais, palestras e mesas-redondas.
A abertura contou com a participação de Maria Helena Costa, subsecretária de Gestão, e Maria de Nazareth Vasconcellos, subsecretária de Ensino, ambas representando a secretária de Educação, Talma Romero Suane; Cristiane Belshoff, coordenadora pedagógica da E.M. Professor Zituo Yoneshigue (6ª CRE); e Janaína Cruz, gerente de Alfabetização. Também houve apresentação da Orquestra de Vozes Meninos do Rio.
A professora Maria de Nazareth Vasconcellos enfatizou que os professores são heróis da resistência, anônimos, e que precisam, mais do que nunca, pensar com o coração e sentir com o cérebro. Ela também destacou algumas conquistas da Rede. “Começamos esta semana com o pé direito: com a notícia de que estão voltando os Centros de Estudo parciais, como consta no Diário Oficial do Município. Gostaria, ainda, de dizer que estamos felizes com o resultado do Ideb, 6º e 12º lugares nos anos finais e iniciais, respectivamente. Isso porque, apesar dos desafios que a cidade e o estado estão vivendo, crescemos.”
Janaína Cruz reforçou que o direito à escrita e à leitura são a razão do evento. “E peço que a Semana de Alfabetização aconteça em cada escola, com as crianças lendo e escrevendo.”
A MultiRio transmite ao vivo a VI Semana de Alfabetização aqui no Portal e no Facebook. Confira a programação: quarta-feira (12), das 9h45 às 12h e das 14h15 às 17h; sexta-feira (14), das 9h30 às 12h e das 14h30 às 16h30.
Alfabetização, currículo, permanências e transitoriedade
A mesa-redonda, conduzida por Thiago Gomide, assessor especial da MultiRio, reuniu Cristina Lima, coordenadora de Revisão Curricular da SME-Rio; a professora doutora Amélia Escotto do Amaral Ribeiro, da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense – FEBF/Uerj; e Jonê Baião, professora do programa de pós-graduação em Educação da Uerj e do Colégio de Aplicação da Uerj, também aposentada neste ano da Rede Municipal.
Cristina Lima falou sobre a relação entre currículo e alfabetização, mencionando o histórico dos documentos de Orientações Curriculares e afirmando que, desde julho de 2017, sua coordenadoria vem revendo documentos de outras redes de ensino do país e do mundo. “Grupos de professores de Educação Infantil e Ensino Fundamental estão participando dessa discussão sobre revisão curricular, que, a partir de maio deste ano, também passou a contar com consultores de diferentes áreas. Essa primeira versão do documento que está sendo elaborado vem sendo discutida em encontros regionais com professores, consultores e coordenadores pedagógicos, e diretores, entre os meses de agosto e setembro”, explicou Cristina Lima.
“A produção de um documento de Orientações Curriculares precisa atender particularidades da Rede, respeitando o projeto das escolas e o planejamento do professor.”
Em seguida, a professora doutora Amélia Escotto do Amaral Ribeiro falou sobre as permanências e a transitoriedade em questões referentes à escola. “A crença no ser humano vai além da crença na escola. O único ser vivente incompleto é o ser humano, mas essencialmente educável – e não treinável. O que faz do ser humano humano? Uma das evidências da condição humana é que somos seres de linguagem”, disse a educadora.
Assim, Amélia Escotto defendeu que o papel da escola é garantir o uso das linguagens que constituem o mundo, sendo uma delas a língua portuguesa.
“É preciso ter clareza da interface permanente entre ação, mudança e reflexão; sobre o que é permanente e o que é transitório nessas questões. Às vezes, discutimos pessoas, e não ideias. Então, não avançamos. Temos que rever nossas relações com o saber estruturante da nossa ação enquanto alfabetizadores: a língua. Não abandonar, nem criticar, mas transformar, para que a gente consiga ser cada vez mais humano, expressando nossa humanidade por meio da língua e suas características.”
A educadora finalizou sua fala dizendo que a alfabetização não tem ponto final, e sim reticências. “Isso implica pensar sempre em quem estamos alfabetizando: um sujeito que tem direito a ser feliz em sociedade pelo domínio da linguagem.”
Concluindo as explanações da mesa-redonda, a professora Jonê Baião ressaltou a escola como um espaço do ouvir, um lugar de construção de conhecimento por meio da conversa. “Estamos em um tempo em que afirmamos muito e fazemos poucas perguntas. Precisamos voltar ao lugar da interrogação. E conversar! Vamos conversar!”, convidou a alfabetizadora.
Jonê Baião afirmou que um dos caminhos para alcançar o sucesso na universalização da escola é justamente sair do universal para o particular. “Há uma contradição entre universalização, pluralidade e singularidade. É plural o sujeito, a língua e o modo de alfabetizar. E também aprendemos pelas imagens, pelas ciências, pelas histórias, pelas geografias, pelas matemáticas e outras linguagens. A escola tem a função de promover os diversos letramentos, que são plurais.”
Questionada sobre como desenvolver a escrita com os alunos, ela enfatizou: “Faça com que os alunos escrevam para serem lidos, e não como mera redação escolar. Este é um desafio.”
Confira a cobertura da VI Semana de Alfabetização feita pela MultiRio, atualizada ao longo do evento. Em breve, os vídeos das palestras e debates também estarão disponíveis.
13/02/2019
Mesa-redonda com Margarida dos Santos, professora do Colégio de Aplicação da Uerj, Gina Paula, da Gerência de Ensino Fundamental da SME, e Luan Gomes, da Gerência de Educação da 4ª CRE, sobre Educação Infantil e Ensino Fundamental: espaços de transição.
VI Semana de Alfabetização
13/02/2019
Uma contextualização histórica da alfabetização na Rede Pública Municipal de Ensino do Rio, por Teresa Cristina Araújo, supervisora da 3ª CRE, e Ana Cristian Veneno, da Assessoria de Articulação Pedagógica da MultiRio. E uma conversa com a professora Cecilia Goulart, doutora em Letras e coordenadora do Grupo de Pesquisa/CNPq Linguagem, Cultura e Práticas Educativas, sobre oralidade, leitura e produção de textos.
VI Semana de Alfabetização
13/02/2019
Palestra sobre educação literária com Cintia Barreto, doutora em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora da pós-graduação em Literatura Infantil e Juvenil da Universidade Candido Mendes. Confira, também, a mesa-redonda "A docência e a produção de conhecimentos em alfabetização", com as professoras Liliane Marins, da Gerência de Alfabetização, Raquel Moraes, da E.M. São Domingos (3ª CRE), Adriana Afonso, do Ciep Almir Bonfim de Andrade (7ª CRE), e Letícia Santos da Cruz, da Gerência de Educação da 9ª CRE.
VI Semana de Alfabetização
13/02/2019
A doutora em Educação pela Uerj Sônia Mendes e a doutora em Linguística Aplicada pela UFRJ Solimar Silva participam da VI Semana de Alfabetização. As duas falam sobre "Saberes docentes: premissas para uma educação pautada na sensibilidade e no planejamento cooperativo", durante o evento organizado pela Gerência de Alfabetização da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
VI Semana de Alfabetização
13/02/2019
A mesa "A integração das áreas de conhecimento em alfabetização" contou com Renata Surrage, Márcia Dias, Roberto Antunes e Marcellus Silveira, professores coordenadores na SME de Língua Inglesa, Educação Física, História e Geografia, respectivamente. Eles falaram sobre como cada uma dessas áreas pode contribuir no processo de alfabetização.
VI Semana de Alfabetização
13/02/2019
A professora da Uerj Amélia Ribeiro Escotto, a professora da Rede Municipal de Ensino do Rio e do programa de pós-graduação em Educação Básica da Uerj Jonê Baião e a coordenadora de revisão curricular da SME Cristina Lima participam da VI Semana de Alfabetização da SME. Elas conversam sobre oralidade, leitura, escrita e análise linguística nas orientações curriculares para a alfabetização, no auditório da Escola de Formação Paulo Freire.
VI Semana de Alfabetização
13/02/2019
A Secretaria Municipal de Educação realizou a VI Semana de Alfabetização, reunindo professores alfabetizadores e especialistas em torno de debates, mesas-redondas e apresentações de trabalhos na Escola de Formação Paulo Freire.
VI Semana de Alfabetização
18/09/2018
Transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental foi o principal tema da tarde do dia 14.
VI Semana de Alfabetização
18/09/2018
Percursos, métodos e experiências são destaque na manhã do terceiro e último dia da VI Semana de Alfabetização.
VI Semana de Alfabetização
14/09/2018
Professoras alfabetizadoras da Rede Municipal e a palestrante Cíntia Barreto falam sobre literatura infantil e a prática docente na alfabetização.
VI Semana de Alfabetização
14/09/2018
Palestrantes do segundo dia da VI Semana de Alfabetização abordam a importância da relação escola-sociedade-cultura.
VI Semana de Alfabetização
11/09/2018
A contribuição de outras disciplinas para o ensino da leitura e da escrita foi outro assunto abordado.
VI Semana de Alfabetização