JOSE LANE DE SALES
Doutora e Mestre em Teoria Psicanalítica pela UFRJ. Psicóloga do PROINAPE/NIAP - Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro. Docente do curso de graduação de Psicologia da Uninassau - RJ. Docente do Curso de Especialização da PUC – Rio, Psicanálise e Contemporaneidade: Trauma e Urgências Subjetivas. Psicóloga clínica e supervisora. Autora do livro “Racismo no Brasil: um olhar psicanalítico” e de diversos artigos que articulam a psicanálise com questões sociais.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: psicóloga
Amanda Fonseca Lourenço
Professora de Artes graduada pela Escola de Belas Artes da UFRJ, mestra em Cultura e Territorialidades pela UFF. Também atua nas áreas de fotografia e cinema. Gosta de trabalhar com grupos, conhecer pessoas e lugares.
CARGO/FUNÇÃO DO AUTOR: Professora de Artes Plásticas
Fomentar o debate acerca dos preconceitos reproduzidos no ambiente escolar junto ao corpo discente e docente;
Oferecer um espaço de escuta, elaboração e reflexão sobre os preconceitos vividos pelos educandos;
Contribuir para o desenvolvimento de uma visa crítica dos próprios preconceitos e dos preconceitos sofridos;
Coletar dados sobre a percepção dos alunos sobre as suas vivências de preconceitos;
Devolver para o corpo docente os dados coletados junto aos alunos e fomentar um reflexão sobre os mesmos;
Auxiliar no desenvolvimento de práticas pedagógicas de combate aos diversos tipos de preconceitos.
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
A partir da demanda inicial da escola, que incluía conflitos entre pares, a equipe apostou na investigação e discussão sobre preconceitos junto ao corpo discente para gerar dados que auxiliassem a comunidade escolar a compreender o impacto causado nas relações no ambiente escolar. Para isso, foram elaboradas três ações práticas. A primeira consistiu na aplicação de um pequeno questionário para todas as turmas da escola. Questionário que alcançou um total de 448 alunos e buscou avaliar a percepção do corpo discente sobre os preconceitos praticados e sofridos. A equipe realizou a aplicação dos questionários com uma pequena introdução ao tema e elucidações sobre dúvidas surgidas.
A segunda ação consistiu na abertura de um espaço coletivo para elaborações mais amplas sobre o tema, onde alunas/os/es foram convidadas/os/es a participar de uma roda de conversa após inscrição. Nesta última, apenas as turmas de 8º e 9º ano puderam ser atendidas.
A terceira ação foi realizada com o corpo docente, onde a equipe devolveu para as/os/es profissionais os resultados coletados e a avaliação das ações com o corpo discente e abriu espaço para a fala da equipe da unidade escolar.
Na interação com as turmas para a aplicação do questionário e na análise do mesmo, constatou-se a dificuldade dos alunos perceberem seus próprios preconceitos, tal como ocorre com os brasileiros de uma forma geral. Cabe destacar que embora não tenha sido apontado um número expressivo de percepção de vivência de preconceitos raciais, acredita-se que este ficou diluído no item "aparência física", que despontou como o principal fator motivador para ser vítima de preconceitos. Percebemos através do questionário que o ambiente escolar aparece em primeiro lugar como local no qual os alunos se percebem vítimas de preconceito, quando comparado aos locais fora da escola.
Nas rodas de conversa realizadas com os educandos nos chamou a atenção a nomeação de ofensas e agressões por brincadeira. Ao final de algumas rodas foi possível observar alunos revendo essa prática e autocríticas. Na ação com o corpo docente constatou-se interesse e valorização do trabalho sobre o tema.