Quem passa correndo pela Cinelândia toda manhã nem desconfia da importância histórica, artística e cultural que se esconde no Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em plena praça, logo ali à direita do inconfundível Theatro Municipal. Palco de importantes momentos políticos da vida republicana do país, o prédio tem uma arquitetura ímpar e abriga uma coleção de arte de fazer inveja a muito museu. Entre as obras, está a maior pintura em tela do Brasil – um mural de 50 metros quadrados, de autoria de Eliseu Visconti, no qual a figura feminina central representa a cidade. Os painéis laterais fazem referência ao saneamento promovido por Oswaldo Cruz e à urbanização levada a termo por Pereira Passos.
Conservação para a posteridade
Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Palácio Pedro Ernesto foi construído entre 1919 e 1923, em estilo eclético, a partir de um projeto do arquiteto Heitor de Mello. Seu acervo cultural, considerado um dos mais ricos da cidade, é resultado da determinação das autoridades em convidar os mais renomados artistas da época para contribuir na decoração. Desde 1971, o nome da casa homenageia o médico que foi o primeiro prefeito eleito do Rio.
A construção apresenta dois torreões em estilo barroco, em cuja base ficam dois relógios – um, à esquerda, para marcar as horas, e outro, à direita, para os dias do mês. Também fazem parte do conjunto arquitetônico duas colunas postadas à frente do prédio, sobre as quais figuras humanas representam a paz e o trabalho. Bem na entrada o visitante se depara com uma dupla de guardiães de grande importância simbólica para o carioca, instalados em nichos: estátuas de São Jorge e de São Sebastião, esculpidas em mármore por Tito Enrico Bernucci.
No segundo pavimento, painéis de Carlos Oswald retratam atividades cotidianas da vida na época, incluindo uma audição de cravo, a dança do minueto e crianças que brincam de cabra-cega. No salão nobre, há mobiliário em estilo Luís XV e espelhos de cristal belga. Nesse mesmo andar fica a varanda que compõe a parte aberta do Palácio. Na andar superior, um painel em alto-relevo de Corrêa Lima representa a pesca, os meios de transporte e as atividades que contribuíram para o desenvolvimento da cidade.
Mas a grande atração é o plenário, que mais recentemente recebeu iluminação assinada por Peter Gasper. Num grande mural de Rodolfo Amoedo está representada uma fantasia sobre a fundação da cidade, com uma curiosidade: o pintor se incluiu na cena, inserindo o próprio perfil engravatado num cantinho ao lado direito da tela. Na parede dos fundos fica o quadro de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo que retrata o suplício de Tiradentes. O grande vitral circular dos irmãos Chambelland serve de cúpula ao espaço, numa alegoria à bandeira nacional e à república.
Atração que vale a visita
Ponto de encontro de várias gerações em prol da democracia no Rio de Janeiro, foi para o Palácio Pedro Ernesto que se dirigiram as pessoas quando o Brasil declarou sua participação na Segunda Guerra Mundial. Da mesma forma, o hall do palácio se transformou em câmara mortuária para Edson Luís de Lima Souto, estudante morto pela polícia durante confrontos no auge da ditadura militar. O evento, ocorrido em 1968, foi considerado uma das mais significativas manifestações populares contra o regime.
A visitação, inclusive de grupos escolares, pode ser agendada pela internet e realizada somente de segunda a sexta-feira, sem interrupção, das 10h às 15h. Vale a pena conhecer, ainda que para isso seja necessário sacrificar sua hora de almoço.
Fonte: Site da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
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