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A Educação Especial e a alfabetização
21 Setembro 2017 | Por Sandra Machado
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Quanto mais cooperação, melhor o aprendizado. A premissa, que pode valer para qualquer pessoa, de qualquer idade, ganha ainda mais força quando se fala de Educação Especial. Alunos que possuem algum tipo de deficiência – seja motora, visual ou de qualquer espécie – são um desafio ao professor pelo fato de que é preciso ensiná-los de forma diferente. "O papel do outro é fundamental. Precisamos deslocar o foco do limite, da falta, para ampliar a forma de conceber o desenvolvimento do sujeito com deficiência", sintetiza Márcia Marin Vianna, doutora e mestre em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e professora do Colégio Pedro II. A palestrante, que abriu os trabalhos da manhã do dia 21 na V Semana de Alfabetização, lembrou que a data é o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência e revelou uma grande afinidade com o tema, seu objeto permanente de pesquisa, e também com a Secretaria Municipal de Educação. "Aprendi a ser professora na Rede Municipal de Ensino, onde atuei durante muitos anos."

As professoras Maria Cândida Bandeira (à esquerda), Márcia Vianna (ao centro) e Luciane Frazão falaram sobre suas experiências em inclusão escolar (Foto: Sandra Machado) 

Márcia recomendou à plateia o planejamento contínuo das atividades, sempre tendo em vista a elaboração do material a ser usado com as crianças, além do que já é disponibilizado pelo governo federal. "Não posso pensar que o aluno não vai conseguir, nem devo negar a deficiência, mas, sim, investir naquilo que o aluno já traz do seu cotidiano. Alguns alunos têm necessidade de apoio individualizado, para além das práticas pedagógicas já aplicadas. A construção está na diferenciação do que se faz, caso a caso." Para a educadora, é muito válida a ajuda de um escriba, que pode ser o professor, ou de um colega mais experiente. Ela também valoriza o Desenho Universal para Aprendizagem (DUA), premissa pela qual se criam objetivos educacionais – métodos, materiais, avaliações e, principalmente, um currículo – que funcionam para todo tipo de aluno. E afirma: "Acesso, permanência e aprendizagem são o tripé que garante a inclusão”.

Importância do ambiente alfabetizador

Maria Cândida Bandeira, da E.M. Claudio Besserman Vianna, e Luciane Frazão, do Ciep João Batista dos Santos, ambos na 7ª CRE, relataram suas experiências na Sala de Recursos Multifuncionais (SRM). Maria Cândida trabalha em Rio das Pedras com 42 alunos incluídos, e destaca a importância do trabalho em colaboração com o professor de sala de aula. Para ela, atendimento educacional especializado elimina barreiras para a participação dos alunos sem perder de vista as especificidades – lançando mão de estratégias, adaptações e ajustes daquilo que ele estiver necessitando. "Nosso objetivo é que essa criança, além de se socializar, seja autônoma."

Para começar, ela destaca a Tecnologia Assistiva, que pode incluir letras móveis, tesouras adaptadas, giz de cera com espessura mais grossa e até o uso de um suporte que dá mais calibre ao lápis, para atender, por exemplo, uma criança que tem transtorno de espectro autista (TEA) e tem dificuldade em segurar um lápis comum. "Comecei, por exemplo, oferecendo um tablet a um menino. Com o tempo, ele avançou para diferentes tipos de suporte." Outro ponto relevante é a chamada Comunicação Alternativa e Ampliada, com o uso de softwares para crianças sem fala funcional, em que se utilizam pranchas e figuras, assim como provas adaptadas.

Para Luciane Frazão, o aluno com deficiência deve participar ao máximo das atividades propostas à turma. Atuando na Cidade de Deus, ela atende 30 alunos da Educação Infantil à Educação de Jovens e Adultos, não apenas do Ciep, mas vindos de outras escolas da região. Seu ponto de partida é sempre o interesse de cada um, que serve de base para a produção dos materiais. Como no caso do letramento imagético, no qual ela associa as letras do alfabeto às logomarcas que as crianças e os jovens veem no seu cotidiano. "A frequência com que eles veem esses signos potencializa o trabalho por meio do estímulo visual." Com o tempo, o aluno faz, mais naturalmente, a transposição da troca da imagem pela palavra.

A professora também recomendou o uso da série de livros infantis da personagem Rita Sapeca, que alternam palavras e imagens, e também a utilização de encartes de propaganda – desses que anunciam produtos de supermercados e lojas – para a realização de atividades em sala de aula. "Ali eu apresento as cédulas, os alimentos, peço que façam uma lista de compras, recortem as imagens dos produtos com o preço e façam o cálculo para ver se o 'dinheiro' vai dar. Se não, pergunto: quem poderia emprestar para o colega? Ao mesmo tempo, estamos trabalhando leitura, escrita, operações matemáticas e solidariedade."

 
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