A autoavaliação das escolas proposta pela Secretaria Municipal de Educação (SME) tem mobilizado as unidades de ensino da Rede, durante este mês de maio. No último dia 9, a MultiRio acompanhou o processo na E.M. Sérvulo de Lima (3ª CRE), em Piedade, que tem apenas 194 alunos, mas conseguiu reunir cerca de 60 pessoas da comunidade escolar para discutir os pontos em que vai bem ou precisa melhorar.
Divididas em três grupos mistos, com representantes dos estudantes, responsáveis, professores e funcionários, as equipes analisaram cada item do Kit de Autoavaliação elaborado pela SME. Mas antes de começarem os trabalhos, a diretora Márcia Costa Mattos Martins pediu para que todos tivessem visão crítica e precisão no momento de atribuir as notas a cada ponto discutido: “Temos que detectar o que precisa ser melhorado para não ficarmos estacionados”.
Processo antigo
A autoavaliação não é uma novidade na E.M. Sérvulo de Lima. Embora a forma e o conjunto dos temas abordados não sejam exatamente iguais ao modelo proposto pela Secretaria, ela já acontece há vários anos e tem sido importante na melhoria do desempenho da unidade. Veja, no vídeo abaixo, o que a diretora diz a respeito da importância desse processo para a escola.
Para realizar a autoavaliação nos, foram fixados em um quadro, no saguão de entrada da escola, os pontos fortes e fracos levantados no Conselho de Classe (CoC) e na consulta feita aos responsáveis, no final do ano passado. As famílias elogiavam a merenda e o ambiente escolar acolhedor e bem cuidado, mas solicitavam po maior acesso delas aos livros da Sala de Leitura e por mais atividades festivas (como Festa de São João), acadêmicas (Feira de Ciências) e de lazer (passeios).
Embora o espaço físico da Sérvulo de Lima seja reduzido, dificultando a realização de grandes festividades, Rosemar Lopes do Sacramento, mãe de uma aluna do 5º ano, disse que a direção da escola começou a atender a reivindicação dentro dos limites possíveis. Confira o relato.
Aperfeiçoamento pela escuta
No mural onde estavam fixados os principais pontos da autoavaliação feita no ano anterior, funcionários e professores consideravam que uma das fraquezas da unidade residia na carência de pessoal, enquanto uma de suas fortalezas estava na atenção dada à resolução dos problemas. “Aqui, nosso foco é pedagógico. O aluno é prioritário. Podemos estar atolados em trabalho, mas se acontece algum probleminha, por menor que seja, largamos tudo para resolvê-lo. Não deixamos para depois”, diz a diretora.
A boa convivência entre todos foi outro ponto positivo apontado pelos funcionários. Mas para os professores, a menina dos olhos da escola é o programa de recuperação paralela dos alunos, cujo sucesso está estreitamente relacionado ao processo de autoavaliação. A professora Andréa Egues explica o segredo da eficácia do projeto.
Apesar de a E.M. Sérvulo de Lima atender alunos até o 6º ano experimental, com idade entre 7 e 12 anos, eles também participam. A diretora explica que, como são pequenos, há necessidade de que um adulto esteja sempre incentivando-os, o que não significa que não tenham responsabilidades e nem deem opinião. Para estimular a autonomia, o Grêmio Estudantil tornou-se o responsável por dirigir a solenidade cívica que ocorre semanalmente. Mas como eles opinam? Linda Marie da Silva Avelino, aluna do 5º ano, explica no vídeo.
Aprofundamento
Muito embora a autoavaliação seja uma prática antiga na Sérvulo de Lima, os diversos itens de discussão propostos no Kit da SME contribuíram para a escola aprofundar detalhes de sua prática que não eram levantados nos debates anteriores. Na reunião de 9 de maio, a unidade ganhou conceito Muito Bom (MB) na maior parte dos itens, mas foi classificada como Regular (R) em alguns poucos pontos, como o da comunicação aos alunos sobre os conteúdos e as habilidades em que progrediram ou precisam avançar mais. As críticas não aborreceram a diretora Márcia Costa: “Elas são muito bem-vindas! Não podemos achar que está tudo bom, senão a gente não cresce”.
