Pandeirola, ganzá, flauta, triângulo, pandeiro, chocalho, escaleta, violão: tudo isso – e muito mais – faz parte das aulas de Roberto de Oliveira Ferreira, professor de Educação Musical nos Cieps Roberto Morena e Major Manuel Gomes Archer, em Paciência e Santa Cruz, respectivamente. “Deus me privilegiou com o dom de tocar vários instrumentos e quero usar isso a favor das crianças”, ele diz, entre uma apresentação e outra com a flauta.
Nos encontros semanais que tem com todas as turmas, o professor trabalha com o som de diversos instrumentos, o ritmo, a dança e promove até mesmo dramatizações. “Melodia, ritmo, harmonia, dança, poesia e interpretação. É a música por completo”, define.
Em sala de aula, ele desenvolve uma técnica de musicoterapia que chama de “viagem com a música”. “Os alunos são convidados a fazer silêncio e abaixar a cabeça, enquanto eu toco uma música, geralmente O Lago dos Cisnes ou uma composição barroca. É preciso estar descansado e ouvindo a música para viajar. Depois, eles contam sobre a viagem que fizeram durante aquele tempo”, explica Roberto.
É visível quanto Roberto se realiza no trabalho como educador. O cuidado, a atenção, a dedicação e a confiança em cada um dos alunos parecem explicar a admiração e o respeito que eles demonstram pelo mestre. “O professor precisa da empatia, que é um dom e não se aprende. Ela é como um mergulho no mundo e na alma do outro. Se ele tem isso, quando consegue fazer o aluno despertar para o bem, seja musical, pessoal, ético ou moral, ele se alegra e se realiza. Isso nos alimenta. E a tristeza se dá quando não conseguimos...”
Para Roberto, a maior dificuldade na rotina escolar é a falta de base familiar da maioria das crianças. “Estamos educando a todo instante porque muitos deles não têm isso dentro de casa.” Isso, de acordo com o professor, explica certa carência dos alunos. “Não tenho tempo para almoçar e mal posso circular pela escola. Desde os pequeninos até os maiores, os alunos me cercam, querem me contar tudo. Eles são carentes. Chamam-me de pai, vovô, pastor... E para mim é uma grande emoção.”
Uma história dedicada à música
Inspirado pelo avô, único músico da família, Roberto Ferreira se apaixonou pela música ainda criança. Como os instrumentos custavam caro, ele e seus dois irmãos passaram a frequentar a igreja, onde poderiam ter contato com diversos instrumentos e, inclusive, aprender a tocá-los.
Criado em Xerém, mudou-se aos 15 anos para o interior de São Paulo, onde ingressou em um seminário franciscano, no qual estudou e aprendeu a tocar instrumentos como piano, órgão, trompete e flauta.
Em 1978, participou de um festival de música organizado no seminário. Venceu e, como prêmio, ganhou seu primeiro violão. “Estudei por 60 dias, fiz três composições, queria muito ter meu próprio violão. Era o meu sonho em jogo e, naquela época, aos 17 anos, o conquistei. Hoje, faço crianças de 6 anos terem essa alegria.”
Ao sair do seminário, Roberto foi morar em Petrópolis, onde estudou Pedagogia e Música. Lá, fez parte do coral profissional da Universidade Católica, criado pelo maestro Marco Aurélio Xavier, também responsável pela criação do coral Meninas Cantoras de Petrópolis.
Depois, voltou para Xerém, onde abriu uma escola de música e seguiu lecionando em alguns colégios. Em 2001, prestou concurso para o Município e, desde sua convocação, atuou nas escolas municipais Aldebarã (Santa Cruz) e Professora Leocádia Torres (Guaratiba), e nos Cieps Roberto Morena (Paciência) e Major Manuel Gomes Archer (Santa Cruz).
Composições de sucesso e prêmios em festival
Entre os anos de 2003 e 2004, o professor começou a dar aulas na E.M. Aldebarã, em Santa Cruz. Para sua surpresa, 80% da turma teve interesse em estudar flauta. “Eles se empolgaram e compraram aquelas flautas simples, baratinhas, que eram vendidas lá perto e que já serviam para trabalharmos”, conta.
Outros instrumentos também ganharam espaço. Durante as aulas, eram confeccionados chocalhos e ganzás, por exemplo. Familiares dos alunos também ajudaram a produzir um triângulo e um coco para serem usados nas aulas. Aos poucos, surgia uma pequena orquestra.
Todo esse envolvimento e a empolgação dos alunos e do professor motivaram a escola a participar, pela primeira vez, em 2005, do Festival da Canção das Escolas Municipais – Fecem, com a canção Bicho do Mato, composta pelo professor junto com os alunos. A escola venceu a competição, ganhou diversos troféus e prêmios e, a partir daí, foi criada a Orquestra de Flautas Estrela Maior.
“Eles despertaram para outra musicalidade, que ainda não fazia parte do seu mundo. Conheceram e aprenderam a valorizar essa música. Passaram a ouvir e gostar de artistas como Milton Nascimento, Tom Jobim e Villa-Lobos.” O nome da orquestra foi inspirado no nome da escola, Aldebarã, que é a estrela mais brilhante da Constelação de Touro.
Nessa época, Roberto também dava aula no Ciep Roberto Morena, onde, em 2009, compôs com os alunos a canção SOS Natureza, que conquistou o primeiro lugar do Fecem e que até hoje é cantada pelos alunos da escola. “Essa música é como se fosse um hino da escola. Em diversas festividades e apresentações aqui, os alunos a cantam. Ela fala sobre o despertar em defesa da natureza.”
Quando saiu da E.M. Aldebarã, Roberto foi lecionar na E.M. Professora Leocádia Torres, em Guaratiba. Lá, seguiu o trabalho de sucesso com os alunos e a música. Ao descobrir o talento da pequena Ana Emily, de apenas 6 anos, o professor compôs com os estudantes a canção Um Futuro Mais Feliz, que a aluna apresentou no Fecem de 2014. “Ficamos em segundo lugar e Ana Emily ganhou o prêmio na categoria Revelação. Foi uma apresentação muito emocionante.”
Hoje, no Ciep Roberto Morena, o professor orgulha-se de mais uma conquista. “Os refrãos das nossas músicas estão sendo cantados também em Libras. Fomos, inclusive, a primeira escola a colocar uma professora traduzindo toda a música – Planeta Azul – no Fecem de 2015. Ainda estamos muito atrasados no ensino da segunda língua”, comenta o professor.
Nessa escola, em trabalho conjunto com o professor André Garcez e com o auxílio de Jonathan de Jesus (ex-aluno chamado de “capitão” por Roberto), ele comanda uma banda – a única, segundo ele disse, de toda a 10ª CRE – formada por alunos do Ciep, que ensaia no contraturno escolar. No repertório estão composições como Cidade Maravilhosa, de André Filho; El Cóndor Pasa, de Daniel Alomía Robles; e o Hino à Bandeira, de Francisco Braga.
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