A poetisa e cronista Cora Coralina dá nome a uma escola na 9ª CRE, em Campo Grande, e a uma creche na 11ª CRE, no bairro Portuguesa (Ilha do Governador). Trata-se da escritora goiana que encantou Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado. Além disso, lutou pela emancipação feminina, participando ativamente da vida política do país. Em 2006, a autora recebeu, in memoriam, a Ordem do Mérito Cultural, uma condecoração do governo federal em reconhecimento por suas contribuições à cultura brasileira.
Seu nome de batismo era Ana Lins dos Guimarães Peixoto. Ela nasceu no mesmo ano da Proclamação da República, em 1889, na cidade de Goiás. Cursou o primário e, aos 14 anos, publicou seus primeiros contos e poemas em jornais locais, assinando Cora Coralina, que para ela significava “coração vermelho”. Aos 18 anos, em 1907, fundou o jornal A Rosa, dirigido somente por mulheres. Em 1911, mudou-se para o interior de São Paulo com Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas e teve seis filhos.
Sobre a saída da cidade de Goiás, Cora escreveu no livro Estórias da casa velha da ponte, publicado em 1985 (logo após sua morte) e que está na 14ª edição: “Meus anseios extravasaram a velha casa. Arrombaram portas e janelas, e eu me fiz ao largo da vida. Andei por mundos ignotos e cavalguei o corcel branco do sonho”.
Em 1928, mudou-se apenas com os filhos para a capital paulista. Trabalhou como vendedora na Editora José Olympio. Durante a Revolução de 1932, costurou uniformes para os soldados. Em 1934, Cantídio morreu em Palmital, São Paulo. Em 1936, Cora mudou-se para Penápolis (SP), onde abriu uma loja de tecidos. Em 1941, mudou-se para Andradina (SP).
Em 1956, aos 67 anos, voltou para Goiás e publicou, pela primeira vez, o que escrevia – Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, pela Editora José Olympio. O livro traz poemas como Minha cidade, do qual destacamos algumas estrofes a seguir.
Goiás, minha cidade…
Eu sou aquela amorosa
de tuas ruas estreitas,
curtas,
indecisas,
entrando,
saindo
uma das outras.
Eu sou aquela menina feia da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha.
(...)
Eu sou o caule
dessas trepadeiras sem classe,
nascidas na frincha das pedras:
Bravias.
Renitentes.
Indomáveis.
Cortadas.
Maltratadas.
Pisadas.
E renascendo.
Eu sou a dureza desses morros,
revestidos,
enflorados,
lascados a machado,
lanhados, lacerados.
Queimados pelo fogo.
Pastados.
Calcinados
e renascidos.
Minha vida,
meus sentidos,
minha estética,
todas as virações
de minha sensibilidade de mulher,
têm, aqui, suas raízes.
(...)
O ofício de doceira ajudou Cora Coralina a se sustentar financeiramente nesse período.
Drummond tornou a autora conhecida nacionalmente
Em 1979, o poeta Carlos Drummond de Andrade deu visibilidade nacional a Cora, tornando-a conhecida por um maior número de pessoas. Drummond escreveu uma crônica sobre ela no prestigiado Caderno B do Jornal do Brasil. “Este nome não inventei, existe mesmo, é de uma mulher que vive em Goiás: Cora Coralina. (...) para mim, a pessoa mais importante de Goiás. Mais do que o governador, as excelências parlamentares, os homens ricos e influentes do Estado. Entretanto, uma velhinha sem posses, rica apenas de sua poesia, de sua invenção, e identificada com a vida como é, por exemplo, uma estrada. Na estrada que é Cora Coralina, passam o Brasil velho e o atual, passam as crianças e os miseráveis de hoje”, disse Drummond.
Em 1983, Cora Coralina recebeu o título de Doutora Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás (UFG), e no mesmo ano tornou-se a primeira mulher a vencer o prêmio Juca Pato, dado pela União Brasileira de Escritores, com o livro Vintém de cobre - meias confissões de Aninha. Em 1986, a autora publicou o livro infantil Os Meninos verdes.
Cora Coralina morreu em Goiânia, em 1985, aos 95 anos, mas deixou um baú com muitos textos inéditos, que foram publicados após sua morte. Entre eles, há os infantis: A Menina, o cofrinho e a vovó; A moeda de ouro que o pato engoliu; As cocadas; Contas de dividir e trinta e seis bolos. Também há outros destinados ao público adulto: Doceira e poeta; Poema do milho; Melhores poemas; Meu livro de cordel; O prato azul-pombinho; O tesouro da casa velha e Villa boa de Goyaz.
O escritor André de Leones gravou para a Editora Global, que atualmente publica a autora, um depoimento no qual afirma que “Cora não é apenas regional ou pitoresca, mas uma escritora brasileira que diz coisas muito importantes, de uma forma peculiar, se comunicando verdadeiramente com qualquer pessoa que tenha contato com a obra dela”.
A casa onde passou a infância e a velhice é atualmente o Museu Casa de Cora Coralina. O sobrado do século XVIII faz parte do acervo colonial da cidade, que foi declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 2001.
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