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Embarque de africanos escravizados na Nigéria em meados do século XIX. Nessa época, o tráfico na região já era ilegal e, por isso, feito em lugares remotos para burlar a vigilância inglesa. Gravura publicada em 1856 no Journal of Missionary Information, vol. 7. Domínio público

Entre os anos de 1806 e 1807, a Inglaterra acabou com o tráfico negreiro em todo o seu império, e mais tarde, em 1833, proibiu o próprio trabalho escravo. A partir de 1808, a luta pela extinção do tráfico tornou-se uma marca de sua política externa. Em 1810, nos primeiros tratados comerciais assinados com a Inglaterra, D. João já se comprometera a abolir o tráfico de escravos africanos.

A pressão inglesa prosseguiria quando da realização do Congresso de Viena, em 1815. Congressistas ingleses, liderados pelo primeiro-ministro Castlereagh, conseguiram estabelecer que o tráfico seria interrompido ao norte da Linha do Equador. Dessa forma, os comerciantes portugueses perdiam áreas importantes fornecedoras de mão de obra escrava, como, por exemplo, a Costa do Marfim. Após consolidada a emancipação política, o governo inglês aumentaria mais ainda o nível de exigências.

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Comerciante mineiro barganha preço em mercado de escravos do Rio de Janeiro. Gravura de 1826. Domínio público, Arquivo Nacional

Dois anos depois, D. João VI ratificou a decisão do Congresso de Viena e, em novo acordo, concedeu à Marinha britânica o direito de visita e busca, em alto-mar, nos navios suspeitos de tráfico, ou seja, em áreas não portuguesas. Esse acordo determinava que o navio surpreendido em atividade ilegal jogasse os escravos no mar.

Em 1822, quando da proclamação da Independência, o tráfico de escravos africanos era bastante intenso, apesar das medidas tomadas nos Tratados de 1810 e 1817. Na realidade, a importação de escravos aumentara no Brasil depois de 1815.