No início da ocupação do espaço onde hoje se encontra a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, a Mata Atlântica cobria parte dos morros e das serras, além de estender-se pelas encostas próximas ao litoral brasileiro, dos atuais estados do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul.

Além da Mata Atlântica, os navegadores vindos do além-mar encontraram outros ecossistemas, como o manguezal, as restingas, as praias e os costões litorâneos, que compuseram o cenário natural onde se desenvolveu uma sociedade com características próprias – relacionadas à presença do mar e da montanha. Os europeus, objetivando ocupar para garantir a posse da terra, aos poucos devastaram essas áreas, com a retirada de várias espécies vegetais para a construção de vilas, de povoados, de cidades e até mesmo para a utilização da madeira como lenha. Os jequitibás, as palmeiras, as orquídeas, as quaresmeiras e a árvore do pau-brasil são espécies da vegetação original, hoje dificilmente encontradas.

Desvendando o pensamento daquele tempo, a natureza era percebida como um espaço a ser conquistado diante da lógica mercantil. Séculos depois, o preço cobrado de todos é incalculável. Pensando a realidade do hoje, diante das diversas propostas e ações transformadoras do espaço, a geógrafa Daniella Guimarães Barcellos propõe uma reflexão: “A natureza inclui ou não o que é humano?”.