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Panorâmica da cidade de Lisboa. No topo, o castelo dos reis portugueses (Crédito: António de Holanda/Museu dos Condes de Castro Guimarães, Cascais)

Constituído em 6 de outubro de 1534, o sistema de capitanias hereditárias representou uma forma de administração implantada pelo rei D. João III (1502-1557) que vigorou até 1759. Consistia na divisão da América portuguesa em grandes faixas de terra a serem geridas por donatários constituídos (especialmente) pela nobreza lusitana. Se, por um lado, era honraria concedida a um súdito receber uma capitania, por outro, era tarefa complexa conduzir esse modelo de colonização adotado por Portugal. Os custos eram altíssimos, sem retorno imediato, além da necessidade de adaptação dos estrangeiros às condições climáticas, a um tipo de vida totalmente diferente da europeia e às frequentes ameaças dos ataques de piratas e de contrabandistas. Isso sem falar dos riscos incalculáveis diante de um mundo totalmente estranho e desconhecido.

Percebendo todos esses obstáculos, o donatário Martim Afonso de Sousa (1490/1500?-1571) concentrou seus esforços em São Vicente. Entendia ser aquela uma região mais favorável quanto à prosperidade almejada em espaço de tempo mais reduzido, efetivando uma ocupação agrícola. Nessa direção, realizou alianças com grupos nativos, conseguindo reunir um número significativo de colonos que ocuparam e se fixaram naquelas terras.