A Coroa não via com bons olhos a presença do clero regular na região. Entendia que esses religiosos tinham representado um importante papel nos choques e desafios ao poder real. Agora, suspeitava que eram também responsáveis pelos desvios do ouro e dos diamantes para fora das capitanias.
Nos anos 20 do século XVIII, as ordens monásticas regulares – jesuítas, franciscanos, carmelitas – foram expulsas da capitania das Minas Gerais. Conventos e mosteiros não podiam ser erguidos na região. Tal determinação incentivou o aparecimento das ordens religiosas leigas, que representavam grupos de uma sociedade caracterizada por intensa mestiçagem.
A estratificação existente na sociedade mineradora reproduzia-se nas corporações, que competiam entre si devido à sua composição. A rivalidade desempenhava importante papel nas Gerais, patrocinando a construção de muitas igrejas e estimulando a vida religiosa.
Nas décadas de 40 e 50 do século XVIII, os comerciantes ricos e outros "grandes" integravam as ordens terceiras do Carmo e de São Francisco. Os pardos e pretos participavam de outras ordens, como a da Nossa Senhora do Rosário (padroeira dos negros escravos e forros) e a de Nossa Senhora das Mercês, protetora dos mulatos.
Muitas capelas e igrejas foram custeadas, erguidas e adornadas pelas irmandades. Ao clero cabiam as funções especificamente religiosas como, por exemplo, o batismo, o casamento, além dos registros de nascimento e testamento.
Construtores, arquitetos, marceneiros, mestres de obras, entalhadores, escultores, pintores e músicos formavam também, na região, uma geração responsável pelo desenvolvimento da arquitetura, das artes plásticas e da música.