A História, incontáveis vezes, narra fatos em que as ideias de liberdade foram exercidas, postas em prática – não por todos e nem sempre para todos. Com perdas, com ganhos. Algumas, cerceadas, frustrariam incontáveis sonhos. Outras abriram inúmeros caminhos no presente e possibilidades para o futuro.

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Detalhe de gravura aquarelada de 1793, com a Declaração dos Direitos dos Homens e dos Cidadãos (Crédito: Centre Historique des Archives Naionales, Paris – França)

Como em outros cantos do mundo, pelos derradeiros anos do século XVIII e pelas primeiras décadas do século XIX, a palavra liberdade viajou pelas águas atlânticas, alcançando as terras tropicais. Circulou, clandestinamente, por meio da palavra escrita, repetida em murmurações. Esteve em diversas moradias onde vozes sussurrantes conspiravam vontades e interesses, à luz das velas e dos lampiões, em conversas que varavam a noite em trama surda e que resultaram em movimentos de conjurações nos anos finais do século XVIII.

Alcançando o Rio de Janeiro, em 1822, a liberdade, efetivada em independência política, fez da cidade, cenário perfeito, novamente corte (depois de deixar de ser): capital do Império do Brasil. Em versos, Cecília Meireles definiu:

“Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda”.

Mas liberdade para quem? Para quantos? Por quanto tempo?