Com o retorno de D. João VI a Portugal e as medidas recolonizadoras tomadas pelas Cortes de Lisboa, a ideia de independência ganhou força no Brasil.

1 ventos liberais para o oeste corrigido T
Após a vitória dos liberais na cidade do Porto, o resto do país aderiu às ideias revolucionárias. A gravura representa a entrada da Junta Provisional (responsável por convocar eleições das Cortes Constituintes) na Praça do Rossio, na capital portuguesa, no dia 1º de outubro de 1820. Domínio público, Museu da Cidade de Lisboa

O retorno de D. João VI a Portugal, pressionado pela Revolução do Porto, e as medidas recolonizadoras tomadas pelas Cortes de Lisboa, que tentavam ainda limitar o poder do príncipe regente D. Pedro – que possuía um perfil bastante particular –, favoreceram a união das forças políticas brasileiras contrárias à política das Cortes. À medida que suas decisões já não deixavam dúvidas sobre a recolonização, a ideia de independência ganhava força. Praticamente alcançada no Dia do Fico, quando o príncipe regente recusou-se a obedecer à ordem de retornar a Portugal, a Independência foi formalizada com o Ato do Ipiranga. No entanto, a Independência proclamada por D. Pedro I não foi aceita de imediato em todas as províncias.

Na Bahia, no Pará, no Piauí, no Maranhão e nas Províncias Unidas do Prata, militares e comerciantes portugueses, que não aceitavam o fim do domínio de Portugal, rebelaram-se. O governo imperial teve que contratar mercenários estrangeiros que, ao lado das milícias populares, combateram aqueles que se revoltaram contra a nossa Independência. Por outro lado, toda nação, ao se tornar livre, precisava ter sua independência reconhecida internacionalmente.

3 Dom Joao 1817 corrigido T
Diante dos ventos liberais que tomaram Portugal, D. João VI retornou a Lisboa em 1821, junto com a família real. Gravura (54 x 40,5 cm) de C. S. Pradier, 1817. Domínio público, Biblioteca Nacional Digital

Os Estados Unidos foram os primeiros a reconhecê-la, seguidos pelas demais nações sul-americanas, que faziam restrições ao regime monárquico adotado por D. Pedro I. A Inglaterra não a reconheceu logo, aguardando que Portugal, seu tradicional aliado, o fizesse. Mas, interessada em manter os Tratados de 1810, pressionou Lisboa a concordar com a Independência de sua antiga colônia. José Bonifácio, monarquista constitucional e líder dos aristocratas do Partido Brasileiro, conhecido como o Patriarca da Independência, tornou-se o principal ministro de D. Pedro, afastando do poder os democratas, em meio a grande agitação. Suas propostas em relação à escravidão, ao tratamento dado aos índios, à reforma agrária, à proteção ao meio ambiente e aos recursos hídricos, à educação, entre outras, são até hoje debatidas.