Após o episódio de 1711, quando temores e medos viraram realidade, o governo português, extremamente preocupado com a manutenção da posse da região e das suas riquezas, planejou uma reforma no sistema defensivo do Rio de Janeiro. Isso incluiu o reparo e a adequação de algumas fortalezas já existentes, além do aumento do poder de fogo de outras.
A Coroa, temendo que outras batalhas voltassem a tingir de luto as águas da Baía de Guanabara – após avaliar danos e perdas humanas, materiais e financeiras –, cuidou para que fosse erguida uma nova muralha de pedra, com a intenção de cercar e de proteger a região.
O projeto idealizando a construção de paredões em volta dos principais morros no entorno da cidade não agradou à população, que não se convenceu da utilidade prática. Por sua vez, o rei de Portugal, D. João V (1689-1750), apesar de entender a importância de proteger a retaguarda continental do Rio de Janeiro, contabilizou os custos. As obras, criticadas aqui e desaprovadas acolá, se arrastaram, acabando esquecidas pelas autoridades. Entretanto, para o arquiteto Nireu Cavalcanti, esse cinturão foi um marco urbanístico, “pois definiu a área central e o seu perímetro urbano (...) passando a área exterior a ela a ser categorizada como arrabalde ou subúrbio”.
O que os habitantes da cidade não podiam imaginar é que os ataques de corsários franceses não se repetiriam. Depois de 1711, não mais aconteceram incursões de piratas e contrabandistas ou novas invasões estrangeiras – nem no litoral carioca, especificamente, nem no brasileiro.