O auge da crise política na Assembleia Constituinte de 1823 ocorreu com a publicação, na Sentinela da Liberdade à Beira da Praia Grande, de um texto assinado pelo Brasileiro Resoluto (pseudônimo de Francisco Antônio Soares), acusando dois oficiais lusos de traidores. Ofendidos, resolveram punir o autor do artigo. Na noite de 5 de novembro de 1823, mal-informados, surraram a bengaladas o farmacêutico Daniel Pamplona Corte Real, que nada tinha com o episódio. Pamplona, que não era brasileiro de nascimento, queixou-se à "soberana Assembleia" e o assunto foi discutido em plenário – onde Martim Francisco e Antônio Carlos, exaltados, bradavam por vingança, na sessão do dia 10 de novembro, com um significativo comparecimento da população.
Essa presença gerou protestos de alguns deputados e mereceu uma observação de Antônio Carlos, que se disse espantado com o comportamento desses constituintes, com "tanto medo do povo e tão pouco da tropa". O tumulto resultou na suspensão da sessão. O ambiente na Assembleia era de insegurança, de temores e de suspeitas. As tropas começavam a mover-se e a população, preocupada, alarmava-se.
A viajante Maria Graham, casada com um oficial da Marinha de Guerra inglesa, de passagem pelo Brasil, registrava em seu diário que na corte falava-se de uma possível insurreição por parte da tropa. O imperador, prosseguia, "parece por demais sincero no desejo de ver o Brasil próspero para encorajar qualquer procedimento de violência. Mas ao mesmo tempo tem muito brio para sujeitar-se a termos ameaçadores de sua dignidade".
Os oficiais portugueses, diante desses acontecimentos, dirigiram-se ao imperador protestando contra "os crescentes insultos de jornalistas e deputados". A Assembleia, em sessão permanente, por proposta de Antônio Carlos, pedia que a acusação fosse mais específica. A informação solicitada retornou na madrugada do dia 12 de novembro: a reclamação fora dos oficiais de todas as guarnições, e os jornais acusados eram o Tamoio e o A Sentinela (o que envolvia diretamente os Andradas).
Entre discursos e ânimos exaltados, naquela chamada Noite da Agonia da Assembleia – de 11 para 12 de novembro –, os debates foram bruscamente interrompidos pela entrada do brigadeiro José Manuel de Morais, portador de um decreto assinado por D. Pedro I que dizia: "Havendo eu convocado como tinha direito de convocar a Assembleia Geral no ano próximo passado (...) Hei por bem, como imperador e defensor perpétuo do Brasil, dissolver a mesma Assembleia e convocar uma outra (...) a qual deverá trabalhar sobre o projeto de Constituição que eu hei de em breve apresentar, que será duplicadamente mais liberal do que a extinta assembleia acaba de fazer".
Alguns constituintes chegaram a demonstrar, no dizer do historiador Pedro Octávio Carneiro da Cunha, mágoa com a ação de D. Pedro I, ao se pronunciarem desta forma: "Que quer dizer chamarem-se a um lugar todas as tropas, até as milícias, e serem chamadas por aquele que mereceu o voto unânime da nação para seu chefe?". D. Pedro I teria justificado a medida, argumentando que os constituintes promoviam "discórdias entre os cidadãos nascidos no Brasil e em Portugal!". Com a dissolução da Assembleia, muitos, como os irmãos Andrada, foram presos e exilados.
O choque provocado pela dissolução da Assembleia Constituinte marcou a imagem de D. Pedro I, moldando-lhe a fama e quebrando, ao menos parcialmente, a inegável popularidade conquistada nos primeiros momentos da emancipação política.