Inicialmente, a população das minas, com o olhar voltado para o enriquecimento rápido, concentrava suas energias na descoberta e na exploração de jazidas auríferas. Mineradores e escravos dedicavam-se quase que exclusivamente a essas atividades.
Como consequência, sentiu-se a necessidade do abastecimento dos mais diversos produtos. Vendas, boticas, estalagens, negras quitandeiras e ambulantes disputavam, em troca das suas mercadorias e dos seus serviços, o ouro dos mineradores. Contudo, dessa dinâmica econômica nem todos participavam, já que os produtos eram caros.
Muitas mercadorias chegavam de Portugal através do Porto do Rio de Janeiro: vinhos, biscoitos, tecidos finos, sapatos, utensílios diversos e, sobretudo, escravos. Outras vinham de diferentes partes da Colônia, articulando, economicamente, as regiões: feijão, milho e marmelada, da Vila de São Paulo; gado para o abate trazido da Bahia pelos tropeiros; bestas e mulas (para transportes pesados); o charque, do Sul; escravos recém-chegados da África, ou do nordeste açucareiro, ou do Rio de Janeiro.
Muitos comerciantes enriqueceram. Assim, constituíram um grupo social de peso considerável, com interesses próprios.
Segundo a historiadora Laura Vergueiro, a maioria das grandes fortunas nas Gerais formou-se devido "mais ao comércio do que à atividade mineradora".