Com o retorno de D. João VI a Portugal e as medidas recolonizadoras tomadas pelas Cortes de Lisboa, a ideia de independência ganhou força no Brasil.
O retorno de D. João VI a Portugal, pressionado pela Revolução do Porto, e as medidas recolonizadoras tomadas pelas Cortes de Lisboa, que tentavam ainda limitar o poder do príncipe regente D. Pedro – que possuía um perfil bastante particular –, favoreceram a união das forças políticas brasileiras contrárias à política das Cortes. À medida que suas decisões já não deixavam dúvidas sobre a recolonização, a ideia de independência ganhava força. Praticamente alcançada no Dia do Fico, quando o príncipe regente recusou-se a obedecer à ordem de retornar a Portugal, a Independência foi formalizada com o Ato do Ipiranga. No entanto, a Independência proclamada por D. Pedro I não foi aceita de imediato em todas as províncias.
Na Bahia, no Pará, no Piauí, no Maranhão e nas Províncias Unidas do Prata, militares e comerciantes portugueses, que não aceitavam o fim do domínio de Portugal, rebelaram-se. O governo imperial teve que contratar mercenários estrangeiros que, ao lado das milícias populares, combateram aqueles que se revoltaram contra a nossa Independência. Por outro lado, toda nação, ao se tornar livre, precisava ter sua independência reconhecida internacionalmente.
Os Estados Unidos foram os primeiros a reconhecê-la, seguidos pelas demais nações sul-americanas, que faziam restrições ao regime monárquico adotado por D. Pedro I. A Inglaterra não a reconheceu logo, aguardando que Portugal, seu tradicional aliado, o fizesse. Mas, interessada em manter os Tratados de 1810, pressionou Lisboa a concordar com a Independência de sua antiga colônia. José Bonifácio, monarquista constitucional e líder dos aristocratas do Partido Brasileiro, conhecido como o Patriarca da Independência, tornou-se o principal ministro de D. Pedro, afastando do poder os democratas, em meio a grande agitação. Suas propostas em relação à escravidão, ao tratamento dado aos índios, à reforma agrária, à proteção ao meio ambiente e aos recursos hídricos, à educação, entre outras, são até hoje debatidas.