Durante os tempos do governo pessoal de D. Pedro II (1825-1891), muitos comentavam que o Brasil e sua capital andavam no ritmo do progresso e da civilização. Mas nem tudo era tão perfeito assim. Situações de insegurança despertavam o medo no coração das incontáveis pessoas que circulavam pela cidade do Rio de Janeiro. Os moradores das casas vastas e sólidas preocupavam-se. Capoeiras, vadios e ladrões espalhavam-se pelas ruas, em becos e vielas. Eram frequentes os episódios de confrontos com a polícia, gerando mais sustos e intranquilidades. Pesavam sobre a prática da capoeira inúmeras acusações de perturbação da ordem pública. Pedidos de criminalização surgiriam a partir de 1870. A proibição veio adiante, em tempos da República, pelo Código Penal de 1890.
“Ameaça maior, sem dúvida, era a das epidemias de febre amarela e cólera que, vez por outra, sitiavam a cidade”, observa o historiador Ilmar Rohloff de Mattos. Diante desses surtos, aumentaram os cuidados e as ações visando conseguir maior salubridade na capital do Império. Aterros foram construídos; áreas, como a do Canal do Mangue, saneadas; ruas e calçadas, alargadas; morros, arrasados, por se acreditar que haveria renovação do ar, vindo do mar, na direção dos densos quarteirões localizados no centro da cidade.
Em 1874, por encomenda do primeiro-ministro do Império, João Alfredo Correia de Oliveira (1835-1919), uma comissão de engenheiros, sob a chefia do futuro prefeito Francisco Pereira Passos (1836-1913), elaborou um plano de reforma urbana da cidade, que previa alguns melhoramentos na área central e arrabaldes. Contudo, esse plano diretor, como se diria atualmente, não foi realizado naquele momento.